segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Pelotões da Corrida


Transcrevo matéria do blog Correria da revista Runners World.
Eu estou no item 5, Pangarés bem tratados! (kkk)
Tenho umas três turmas de corrida. Não por acaso, gente com estilos e performances diversas. Acabei me integrando a esses grupos por uma razão que não tem relação direta com o pace: camaradagem. Para mim, a razão de viver. Ter ao lado pessoas generosas, com bom humor e boas histórias é tudo. A corrida, no caso, é um detalhe. Mas no momento da prova em si o agrupamento se dá de outra forma. Salvo exceções, quando fazemos companhia para alguém (e aí um está quase sempre ajudando o outro, é raro duas pessoas com o ritmo idêntico), procuramos nosso pelotão de tempo. Esse pelotão não é determinado pelo destino e sim pelo esforço do treinamento. Podemos ser promovidos e rebaixados, só depende de nosso suor. Estava pensando nisso e a prova de 10 km é uma excelente régua. Na minha cabeça, temos sete grandes pelotões:
 
1) Profissionais - Ganham pra isso. Podem ganhar corridas também. Mesmo em uma provinha humilde será necessário algo abaixo dos 35 minutos.
2) Os semi-profissionais - A turma capaz de correr 10 km perto de 35 minutos, maratona sub-3h. Aí divido em dois sub-grupos. Os abençoados pela genética e os que não fazem outra coisa na vida que não correr. A turma dos 600 k da Nike estava quase toda nesse pelotão.
3) Os amadores excepcionais - Ou por genética ou pro trabalho forte, aqueles que conseguem maratona entre 3h10 e 3h30, que fazem 10 km perto dos 40 minutos.
4) Os reis dos pangarés - Gente que virou Bikila na grande classe média dos corredores. O meu caso. Com bastante treino e sem renunciar a nenhum prazer da vida, baixei de 50 para 45 nos 10 Km e cheguei às 3h36 na maratona. É mais do que o suficiente para reinar nos ambientes fora da corrida. O problema é uma prova como a da Nike, que nos recoloca na realidade. No jantar de massas, me ofereceram alfafa. Precisava? 
5) Pangarés bem tratados - Quem fica girando entre os 47 a 50 minutos nos 10 km, faz maratona honesta em 3h45 e por aí vai.
6) A cavalaria - Os milhões que estão entre 50 minutos e 1 hora nos 10 km
7) Os new-corredores - Todo mundo que corre acima de uma hora e está usando a corrida para alcançar benefício.
      Estou brincando, claro, mas respeito profundamente cada um dos grupos. Cada um com seus objetivos. E tenho um carinho especial pelos pangarés, o cavalinho popular. Não tem a fleuma de um árabe, mas faz seu trabalho com dignidade. Com toda honestidade, sempre achei que meu limite seria o grupo 5. Cheguei ao 4 e descobri que até é possível pular para o 3. Este ano fiz um 43,30 em Porto Alegre, vi que podia melhorar mais. Para a minha genética, talvez o preço seja meio alto para mudar de classe. O Marcos Paulo Reis me disse certa vez que posso bater nos 40 minutos. Mas teria que mudar minha composição. Teria que secar, botar mais massa magra, etc. Humm, e os vinhos e as cervejas de trigo? Treinar mais do que já treino? E as crianças? Difícil...
      A pergunta de hoje é menos sobre o seu pelotão e mais sobre ambição. Vale a pena mudar de patamar na sua opinião?

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