domingo, 24 de março de 2013

Brasileiro compra tênis por preços suíços, mas tem 1/6 da renda


Se alguém ainda dúvida que os preços dos tênis no Brasil são estratosféricos, chega quentinho mais um estudo a demonstrar o que sentimos no bolso, o que vemos ao fuçar em vitrines de lojas de esporte.

Os preços dos calçados esportivos no Brasil são muito semelhantes aos praticados na Suíça, embora a renda dos brasileiros seja consideravelmente menor. É o que nos revela um estudo do varejo internacional realizado pela GfK, quarta maior empresa de pesquisa de mercado do mundo, ao longo de 2012.

Os números divulgados são os seguintes: o preço médio dos tênis vendidos no Brasil gira em torno de USD$ 94,24, muito próximo do valor cobrado na Suíça, que é de USD$ 100,14.

“A questão é que pagamos por uma realidade Suíça, mesmo com renda tão inferior. Isso acontece, entre outros motivos, porque uma parcela significativa dos calçados esportivos é importada ou reúne componentes importados”, diz Claudia Bindo, gerente de unidade de negócio da GfK Brasil.

Um dos indicadores de renda que demonstram essa diferença é a renda per capita, ou seja, o valor de tudo do que é produzido no país dividido pela população. A Suíça, segundo dados de 2011 do Fundo Monetário Internacional, tem o quarto maior PIB (produto interno bruto) per capita do mundo: US$ 81.161; o Brasil está em modestíssima 54ª posição, com US$ 12.789.

No caso dos tênis de corrida, os preços são ainda maiores: a média no Brasil é de US$ 116, enquanto a da Suíça é de US$ 147. OK, aí surgiu uma diferença mais significativa, mas nem de longe perto da diferença da situação econômica da população dos dois países.

E, a julgar pelos dados dessa análise, a corrida no Brasil está longe de ser um esporte democrático. Ao contrário, a crer nos números, está bem elitizado: a pesquisa mostra ainda que, do total de calçados esportivos vendidos no Brasil no ano passado, 10% eram produtos acima de USD$ 150.

As marcas brasileiras aumentaram sua importância, crescendo de 45,5% para 47% de 2011 para 2012 , mas as marcas globais que atuam no Brasil ainda têm dominam: passaram de 54,5% em 2011 para 53% em 2012.

Acontece que as marcas brasileiras atuam principalmente nos segmentos de baixo custo, enquanto as marcas estrangeiras nadam de braçada no mundo dos tênis mais caros: segundo a pesquisa, entre as marcas locais, 85% dos produtos vendidos custam até R$ 150, enquanto entre as marcas globais essa fatia é de apenas 38%.

E o segmento que mais cresce é o de calçados para corrida, que respondia por 13% do mercado de calçados esportivos em 2011 e pulou para 17% em 2012. Itens para futebol (chuteiras) permaneceram em 13% nos dois anos, enquanto a categoria de tênis para lazer, multiesporte e outros caiu de 74% para 70% no período analisado.

Como essa é uma área em que o destaque vai para produtos mais caros, as marcas brasileiras não têm muito espaço, de acordo com o estudo: apenas 12% das vendas das marcas nacionais são nesse segmento; para as estrangeiras, os tênis de corrida representam 21% das vendas. O resultado é lógico: as marcas estrangeiras que atuam no país respondem por dois terços das vendas de tênis de corrida no Brasil.

E poderão ganhar ainda mais com o crescimento das corridas de rua, que se reflete nas vendas de tênis de corrida. “Esse segmento cresceu 35% no ano passado contra apenas 3% do mercado brasileiro total de calçados esportivos”, conclui Claudia Bindo.

Obs.: Na minha opinião, é óbvio que tem que ter qualidade no produto, mas eu não pago mais que R$200,00. Tanto que, os melhores tênis que comprei até hoje, tive que esperar abaixar o preço, que chegavam até a R$400,00. Ou seja, os tênis em lançamentos eu não compro.

Fonte: http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2013/03/13/brasileiro-compra-tenis-por-precos-suicos-mas-tem-16-da-renda/



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