terça-feira, 2 de outubro de 2012

Desafio N° 18 - 6ª Maratona de Foz do Iguaçu

Domingo participei pela primeira vez de uma maratona.
A minha estreia foi "em casa", correndo na cidade em que nasci, conhecia cada avenida do percurso.

Apesar de não conseguir completá-la foi uma experiência e tanto.
Quero e agradeço a Deus por me dar forças e energia para aguentar até o limite do meu corpo!

Antes da prova eu já sabia que seria um percurso muito difícil, sobe e desce, para muitos o mais difícil do Brasil.

No sábado, com muita chuva durante quase todo o dia e temperatura na casa dos 15°, fui retirar o kit e lá conheci um senhor chamado José Bonifácio, deficiente visual, de Salvador que chegou até mim e me perguntou se gostaria de correr ao lado dele durante a prova. Batemos um papo, mas disse a ele que não iria porque era a minha primeira vez e não sabia se iria aguentar.

No domingo, acordei cedo e fui de carro até a Itaipu Binacional, local da prova. Da entrada do portão os corredores eram levados até o Mirante para a largada. Lá, encontrei meu irmão Pedro, o Marcelo, o Josiel e alguns conhecidos das corridas. Conversamos bastante e todos nós estávamos entusiasmados pelo grande desafio que viria.

Pontualmente às 7 horas foi dada a largada. Sai bem tranquilo, imaginando e projetando correr a 6min/km. Logo no km 2 eu e o Josiel fomos correndo lado a lado neste ritmo e seguiamos firme para completarmos a primeira maratona. Até o km 5,5 é todo dentro da Itaipu, com uma grande subida logo no início. Nos km 5 eu me lembro que estávamos com 29:30, tudo certo dentro do ritmo.

Enfrentamos uma subida longa, na altura do Ecomuseu, e comentávamos que seria oito ou nove súbidas fortes até o final. No km 9 tomei o primeiro carboidrato em gel. No km 10 passamos em torno de 57 min, estávamos até abaixo do que imaginávamos.

Passamos pelo viaduto que vai ao Paraguai, chegamos a avenida Juscelino Kubitschek, seguindo com o trajeto todo plano, até o km 16 quando chega na avenida Brasil, com boa descida e uma subida maior ainda. Chegamos a avenida Jorge Schimmelpfeng com uma boa descida, o que ajudou muito porque o sol já estava presente. Em seguida, chegamos a primeira súbida da avenida das Cataratas, muito difícil superá-la, fomos bem devagar e ainda era apenas o km 18, nesta altura eu tomava o 2° carboidrato em gel.

No km 21, metade da prova, em frente ao Hotel Mabu, o pessoal que era do revezamento trocava a dupla e nós seguiamos firme. Passei pela meia maratona com cravados 2 horas de prova. Imaginando que chegaria ao final com 4 horas.

Até o km 24 estava muito bem, tinha consumido três carboidrato em gel, e me sentindo ótimo apesar do sol que atrapalhava um pouco. Nos próximos km chegamos a mais uma tremenda subida pela avenida das Cataratas, a do rio Tamanduá, depois do Hotel Panorama. Aqui até o Josiel parou e caminhou um pouco e eu continuei firme bem devagarzinho. Superado mais esta dificuldade, comecei a sentir um pouco de cansaço e dor no pé, imagino eu por causa do tênis.

Nesta altura o corpo já está cansado e vem as piores partes da prova. Na rotatória do aeroporto, uma baita subida que não precisei caminhar, mas na sequência, depois de uma descida, veio uma loooooga súbida pouco antes do km 30. Ali tive que caminhar.

Depois da subida vejo a entrada do Parque Nacional do Iguaçu e imagino que são "só" mais 11,5km. Não sei como, se pela falta dos treinos longos, ou o tênis que doía um pouco meu pé, ou o percurso com súbidas difíceis, não sei, não vou buscar desculpas, mas meu corpo não respondia e a vontade era imensa de parar. Corria um pouco, bem devagar nas descidas e caminhava nas súbidas dentro do Parque.

Isso até o km 32, porque então doía toda a musculatura das pernas, do quadril até o pé, uma sensação que nunca tinha sentido antes, e correr não era mais possível, apenas caminhar. Nesta altura, estava com 3h22min de prova e faltava muito para terminar. Muita gente caminhando e trotando. Um sofrimento que eu nunca tinha visto e passado por isso. Lá pelo km 35 o Josiel passou e conseguiu chegar ao final, eu continuava caminhando. No km 38 tirei o tênis para ver se melhorava um pouco mas não adiantou, pensei em parar, e o pessoal do posto de água me incentivava a chegar ao final pois faltava pouco. Nesta altura do percurso eu via mais gente caminhando do que correndo. Tentei por mais um km, passava das 4h30min de prova e não aguentei mais, nem caminhar, uma sensação muito estranha, um cansaço muito grande, a minha cabeça só queria desistir, não dava mais. O km 39 foi meu limite!

O pessoal de apoio chamou uma ambulância para me levar. Eu não estava passando mal, só não conseguia caminhar. Cheguei até o apoio médico e lá encontro meu irmão que também "travou" as pernas e não conseguia mais correr, parando no km 37,5.

Apesar, de não completar a prova, ao devolver o chip recebi a medalha de participação, isso me proporcionou uma felicidade, porque estava triste por não chegar até o final. Mesmo assim valeu muito a experiência e agora vou analisar o que pode ter realmente me atrapalhado para no ano que vem pelo menos terminar a prova!

Parabéns a nós que tentamos e aos que conseguiram completar este grande desafio!

Josiel Aires Martins completou em 4:27:55 ficando em 16° de 19 na cat. 25 a 29 anos
Marcelo Vitor Gomes em 5:39:47 ficando em 37° de 37 na cat. 30 a 34 anos

Temperatura ao sair da casa da minha mãe

Foto antes da largada ao lado do meu irmão Pedro e do pessoal da ACORREFOZ

Eu e meu amigo Josiel

Primeira subida, dentro da Itaipu

Logo no início o sol já aparecia
 

No começo é muito bom
 
Passando pela metade da prova, aqui ainda estava bem tranquilo, firme e forte

Linda essa foto do Marcos Viana "Pinguim". Até o início daquela subida eu consegui correr, que era o km 30. No meio daquele "morro" eu tive que caminhar. Logo mais a frente entramos no Parque Nacional do Iguaçu, faltariam mais 11,5km. Consegui correr até o km 32 e caminhar até o km 39, chegando ao limite do meu corpo com a Graça de Deus! Mesmo sem completar, estou muito feliz e agradeço muito a Deus por me proporcionar tantas alegrias, força, determinação durante a prova. Para ano que vem vou treinar mais os longões e chegar ao final com a Benção de Deus!

Uma bela homenagem que o Marcelo e o Pedro fizeram

Após a prova

Eu, o Matheus (que deu apoio de bike) e o Pedro

Uma parte das lindas Cataratas do Iguaçu

Bela medalha de participação


Dados gerais

Prova - 6ª  Maratona Internacional de Foz
Cidade - Foz do Iguaçu-PR
Distância - 42km
Tempo - não completei
Ritmo - naõ completei
Velocidade média - não completei
N° Peito - 233
Colocação Geral Civil- não completei 
Colocação Categoria - nãocompletei
Avaliação da prova 

Percurso - Em maratonas, o mais difícil do Brasil, pude sentir isso em cada subida, foram muitos sobe e desce, fora o calor que atrapalha. A largada é no mirante da Itaipu Binacional, passando pelo centro da cidade e chegando nas Cataratas do Iguaçu.
Hidratação - ideal, água a cada 3km, e isotônicos, coca-cola e frutas a cada 9km.
Medalha - Muito bonita, bem grande, personalizada com o nome da prova e em forma de camiseta, só faltou a data e a edição da prova.
Organização - Muito Boa, pois o pessoal do SESC organiza o evento com maestria, estão de parabéns. Teve marcação dos resultados com chip de cronometragem.
Inscrição - Ideal! antecipada era R$40,00 e depois R$70,00. Para comerciários custava metade do preço.
Premiação - Muito boa, com troféus e dinheiro para elite e para os 5 primeiros em cada categoria, parabéns!
 

RESULTADOS
http://cms.sescpr.com.br/maratonafoz/resultados/







Um comentário:

  1. A Maratona de Foz sem dúvida nenhuma é a mais difícil do Brasil. Há inúmeras subidas fortíssimas e aquela que antecede a entrada do Parque Nacional é crucial. Se o atelta não estiver bem treinado e focado em completar ele desiste ali mesmo. Nem sei como tenho o meu recorde pessoal (2:39:50) é aí em Foz. Recorde obtido em 2008.

    E quanto a sua participação, eu lamento por você não ter completado a prova em sua estréia. Mas, isto não é motivo para você se lamentar ou tentar buscar erros ou desculpas, pois você escolheu uma das provas mais duras do país e foi até o km 39 o que não deixa de ser uma vitória e você está de parabéns.
    Acredito também que você tomou a decisão certa quando resolveu abandonar. Eu fiz o mesmo na Maratona de Assunção no ano passado e naquela ocasião, eu acredito que sentia o mesmo que você no momento da desistência aí. E quando o corpo está naquele estado, o melhor a fazer é parar para não ter alguma lesão mais séria. Provas há várias em todos os lugares; saúde só temos uma e temos que cuidar bem dela para que possamos continuar nossa jornada de corridas e treinos.

    Mais uma vez, parabéns pela participação na prova e eu estarei na torcida para que em 2013 você complete esta maratona e seja mais um maratonista.

    Grande abraço e sucesso sempre.


    tutta/Baleias/PR
    www.correndocorridas.blogspot.com.br

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